Segunda-feira, 28.06.10

RTP


Os cientistas dos Açores estão consternados com a perda do submarino LUSO

2010-06-28

Os cientistas dos Açores estão consternados com a perda do submarino LUSO

Aguardam com expectativa a operação de resgate que vai começar dentro de dias


Os cientistas dos Açores estão consternados, Ricardo Serrão Santos director do Departamento de Oceanografia e Pescas à entrada para uma reunião em Lisboa nem quis comentar esta perda do submarino autónomo não tripulado LUSO.
Para já, garantiu que o trabalho que estava destinado pelo DOP a este submarino autónomo mantém-se.
O ROV “Luso” é uma peça de alta tecnologia com um custo de 600 mil euros que está no fundo do mar, a cerca de 600 metros de profundidade, junto às ilhas Selvagens, ao largo da ilha da Madeira.
Manuel Pinto de Abreu da estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental é o chefe da expedição, explicou á única estação que está embarcada do navio Gago Coutinho , a SIC, que “o sistema de segurança comporta uma junta metálica, que faz o suporte junto ao cordão umbilical, esse é o primeiro que deve ter tido o colapso, depois há dois sistemas de suspensão, o Chinise fingher,  é uma malha de aço entrelaçada que quando está sob tensão aperta o cordão umbilical. Nós usávamos no ROV alem do sistema de suspensão mais dois sistemas de segurança e colapsaram todos".
Manuel pinto de Abreu conclui: "algo de estranho se passou porque as duas seguranças que tínhamos e não é comum essas duas seguranças  também não aguentaram o ROV. Agora quando for recuperado iremos ver o que se passou".
Neste momento os cientistas portugueses esperam recuperar o LUSO.
Manuel Pinto de Abreu afirma que a estrutura de missão para o alargamento da plataforma continental “já começou á procura de outros ROVs para poderem ser deslocados para a área. Estamos a tentar arranjar tão depressa quanto possível, esperamos que dentro de três quatro dias um ROV esteja a caminho da Madeira".
Sobre a missão disse: “conto continuar a missão, não aqui já nas Selvagens, mas o resto da campanha que estava prevista para este ano, espero continua-la".
O navio Gago Coutinho receberá a bordo, no Funchal, um novo submarino de forma a resgatar o LUSO do fundo do mar.  A profundidade não é muita e está acessível a outros submarinos autónomos.
80 cientistas estavam a realizar uma expedição cientifica às ilhas Selvagens onde faziam a batimetria do fundo oceânico e a  recolher dados sobre a biodiversidade naquela zona protegida do mar da Madeira.
O contrato para aquisição do ROV ocorreu em 29 de Fevereiro de 2008
Desde  essa altura que Portugal passou assim a dispor de um meio que permite chegar praticamente a todos os cantos do fundo submarino de soberania nacional (incluindo a plataforma continental em toda a sua extensão)  e alcançar cerca de 97% de todos os fundos oceânicos.
Da mesma classe de profundidade do ROV português (6000m)  existem, actualmente, mais sete em todo o mundo. 
   
Este veículo foi instalado a bordo do  navio "Almirante Gago Coutinho".

De inicio receberam formação de pilotagem 12 pessoas.  São professores, investigadores e alunos de diversas universidades, laboratórios e empresas nacionais, entre os quais se destacam a Universidade de Évora, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
 
Informação técnica sobre o ROV:

· Modelo: Argus Bathysaurus XL 6000msw
Dimensões: 2.1mx1.6mx1.8m (comprimento x largura x altura) 
Peso: 2200kg 
Velocidade: Av/Ar +3 nós; vert 1.8 nós 
Carga Trabalho: Configurável; típica 195kg.
 
Sensores: DVL (Data Velocity Logger) Dopler; Colhedor de Amostras de Água; Colhedor de Amostras de Rocha; Serra craniana 50mmx500mm de Rocha; Sensor Metano; CTD; Aspirador Biológico.


Luís Branco

publicado por Pedro Quartin Graça às 17:46 | link do post | comentar
Sexta-feira, 25.06.10

Planeta Azul online


25/06/2010
Escolas vão receber vídeos didácticos com imagens do ROV
Diana Catarino
Uma semana depois do início da expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), o chefe de missão, Manuel Pinto de Abreu, faz um balanço positivo do trabalho dos três navios.
Depois de terminado este que foi o primeiro mergulho da missão do ROV Luso, que balanço faz desta primeira semana de missão?
Está a correr muito bem, muito melhor do que o ano passado. Isto mostra que começa a haver um desenvolvimento cada vez maior, assim como o dominar da tecnologia. O ano passado mergulhámos 10 vezes até ter o ROV Luso completamente afinado, desta vez conseguimo-lo ao quarto mergulho.
Hoje foi um mergulho normal, com algumas peripécias que aconteceram por razões naturais: o fundo acidentado, uma rede de pesca, uma linha…Bom, tudo aquilo que podia ter acontecido de mau, aconteceu, e felizmente conseguimos resolver tudo. As manobras de emergência correram muito bem e o equipamento está a trabalhar muito bem.

Quantas pessoas são necessárias para que o ROV possa mergulhar?
Para a largada do aparelho precisamos de um homem no guincho e alguém na retaguarda, três a segurar no cabo umbilical, para controlar os primeiros momentos de largada e mais três na cabine de controlo. Depois de o ROV estar dentro de água, precisamos de um homem no exterior e outro a zelar por ele, mais dois dentro da cabine de controlo e o chefe da missão.

Quanto tempo dura um mergulho do aparelho?
São mergulhos demorados, e depende muito do tipo de fundo. Neste mergulho, por exemplo, a partir de determinada altura saímos daquela base de areia, e passámos para uma zona bastante rochosa, É preciso ter muito cuidado com o umbilical. Quando estamos a recolher as amostras temos de colocar o ROV no fundo e ter muito cuidado, tentando estabilizá-lo muito devagar.

Para que servirão as imagens captadas pelo ROV Luso?
Estas imagens vão ser preparadas com o objectivo de uma posterior análise científica, estando disponíveis para qualquer cientista ou instituição, podendo servir para investigações futuras. Para além disso, estamos a ver se conseguimos fazer um conjunto de vídeos didácticos e pedagógicos para poder distribuir nas escolas e universidades de Portugal.
publicado por Pedro Quartin Graça às 22:51 | link do post | comentar

Ambiente Online


«Parte do nosso sustento depende da diversidade marinha»

2010-06-25
Qual a importância desta expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) para Portugal?
Em primeiro lugar, assinala a biodiversidade marinha como importante para Portugal, não só porque estamos no Ano Internacional da Biodiversidade. É porque, de facto, não temos só extensão, mas muita diversidade no meio marinho, e é dela que depende uma parte do nosso sustento, nomeadamente das pescas. Isso é assinalado no contexto de um projecto em curso, que visa juntar e sistematizar num sistema de informação todos os dados científicos sobre biodiversidade marinha, hoje dispersa numa infinidade de meios, de sistemas universitários e institutos de investigação. Por outro lado, e talvez seja o aspecto que me parece mais importante, é a oportunidade de juntar aqui mais de 30 instituições universitárias e académicas num trabalho conjunto, o que quebra barreiras entre essas instituições e facilita a colaboração.
A expedição irá ajudar Portugal a marcar pontos junto da ONU, na sua candidatura à extensão da plataforma continental?
Nessa frente, esta missão traz dois contributos: um deles é, desde logo, tantos investigadores ao mesmo tempo a procurar novos dados, o que traz nova informação sobre a fauna e a flora das Selvagens. Mas era preciso fazer um ensaio de campo do projecto M@rbis, que já está hoje carregado com muita informação, o que permite fazer predições do que vamos encontrar. Era preciso ir testar ao terreno, verificar isso.
A sua especialidade, dentro da biologia, prende-se com répteis e anfíbios. Já cá tinha estado, nas ilhas?
Comecei o meu percurso em biologia marinha em uma missão, precisamente chamada Selvagens 84, com o professor Luís Saldanha, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Marinha. As águas das Selvagens continuam límpidas e ricas como então.
 Vai ter oportunidade de visitar a ilha. Quais as espécies que tem mais interesse em reencontrar?
Quando cá estive, há 26 anos, andava à procura da osga das Selvagens, que é uma espécie que só existe aqui. Consegui encontrar, depois de muito procurar na zona mais alta, do farol. Já a lagartixa, era muito abundante. Como houve nas Selvagens um fenómeno muito interessante, através da erradicação do coelho e do rato - espécies que haviam sido introduzidas- , tenho muito interesse em verificar se a vegetação começa a recuperar e, por outro lado, se a própria distribuição da osga se tem repartido um pouco mais.
publicado por Pedro Quartin Graça às 22:50 | link do post | comentar

Jornal i e Agência Lusa

Cientistas procuram "alargar" mar português descobrindo novas espécies nas ilhas Selvagens

por Agência Lusa, Publicado em 25 de Junho de 2010 


Ilhas Selvagens - Madeira
Ilhas Selvagens - Madeira
No sítio mais ao Sul de Portugal, as ilhas Selvagenscientistas portugueses eestrangeiros, apoiados pela Marinha, procuram descobrir os segredos da fauna, flora e geologia marítimas, num esforço para conseguir aumentar o mar português.
expedição da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental(EMEPC) está junto à reserva natural das Ilhas Selvagens, na Região Autónoma da Madeira, desde 10 de Junho e já recolheu cerca de 500 espécies, algumas das quais nunca antes descobertas.
O objetivo é dar a Portugal argumentos para conseguir a extensão da sua plataforma continental para além das 200 milhas náuticas e para candidatar as Selvagens a património natural da Humanidade.
Em visita à expedição, o secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar,Marcos Perestrello, afirmou aos jornalistas que se trata de um “projeto importante” para “aprofundar o conhecimento que temos dos nossos recursos marinhos e demonstrar a capacidade de nos responsabilizarmos pela gestão de uma plataforma continental estendida”.
“É este conhecimento que nos permitirá saber o tipo de aproveitamento que podemos tirar da tecnologia, as potencialidades na produção de cosméticos ou produtos médicos efarmacêuticos, que nos permite saber que tipo de energias podemos retirar dos nossos mares, eólicas, ondas, e eventualmente energias convencionais que existam na área sob nossa jurisdição”.
Composta por uma equipa de cerca de 200 pessoas, a expedição está fundeada junto à ilha Selvagem Grande e distribui-se pelo navio de treino de mar Creoula, o navio hidrográfico Gago Coutinho, o balizador Schultz Xavier e a caravela Vera Cruz.
A bordo do Creoula, os biólogos analisam as amostras de animais, plantas e água recolhidas em seis rondas de mergulho diárias.
Vividos com entusiasmo pelos cientistas, os mergulhos colocam-nos frente a frente com esponjas, jardins de coral, peixes de águas frias e de águas quentes e, num dos momentos mais emocionantes desde que a expedição chegou às selvagens, até um tubarão martelo.
Cerca de cinquenta espécies foram já identificadas, de um total de 500 amostras, duzentas das quais através do robô subaquático do Gago Coutinho, que apesar de uma avaria, já mostrou assim o seu valor.
O aparelho, que fornece imagens em alta definição do fundo do mar e permite a recolha de amostras a centenas de metros de profundidade, teve uma avaria num cabo de fibra ótica que o liga ao navio e acabou por ficar parado no fundo do mar.
A solução, que já vem a caminho desde a Noruega, é um aparelho semelhante que permita resgatar o “Luso” e permitir voltar ao trabalho.
Para além da extensão da plataforma continental, o levantamento das espécies nas águas das Selvagens visa sustentar a candidatura da área a património natural da Humanidade.
O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, afirmou que a reserva natural das ilhas, criada em 1971, dá exemplos de “um trabalho muito notável a nível nacional e mesmo mundial” na preservação da biodiversidade, como mostra a campanha bem sucedida de erradicação de pragasde ratos e coelhos.
Até ao fim do mês, a equipa vai continuar a passar os dias nas águas límpidas do Atlântico, partilhando o dia a dia com as criaturas do fundo do mar e as cagarras, as aves marinhas que povoam a Selvagem Grande.
publicado por Pedro Quartin Graça às 19:23 | link do post | comentar
Terça-feira, 01.06.10

Maior missão científica zarpa para o Atlântico



Três barcos levam 73 especialistas para estudar Selvagens e "ovo estelado"

Parte hoje, terça-feira, de Lisboa, a caravela "Vera Cruz", primeiro dos três barcos que servem de base à maior expedição científica portuguesa de sempre. O mar das Selvagens será observado a fundo e a rota de dois meses e meio inclui a pesquisa de segredos oceânicos dos Açores.
O "Vera cruz" toma avanço aos navios "Creoula" e "Gago Coutinho", que zarpam do Tejo ao pôr-do-sol na próxima quinta-feira, rumo ao Funchal. Dali, as três embarcações seguem para as Ilhas Selvagens, para a primeira fase daquela que é a maior expedição científica portuguesa até agora: 73 especialistas em diversas áreas. Quatro deles são espanhóis e dois vieram da Universidade de Berkeley, EUA. Estes últimos fizeram trabalhos idênticos no Oceano Pacífico e vêm cooperar ao abrigo de um protocolo com a Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A coordenação deste cruzeiro oceanográfico, que se prolonga até meados de Agosto, está a cargo da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) que, no passado mês, entregou às Nações Unidas a fundamentação científica para o reconhecimento da soberania portuguesa sobre mais dois milhões de quilómetros quadrados de fundo marinho.
Vida selvagem
A operação científica tem a primeira fase nas Ilhas Selvagens e seus ilhéus (a 160 milhas do Funchal). Os trabalhos integram-se num projecto, o M@rBIS, comum com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade. As equipas vão ali estudar o ambiente e espécies na zona emersa (visível), na faixa das marés, até aos 30 metros de água e, num alargamento progressivo, dos fundos e vida marinhos até aos dois mil metros. É aqui que intervém o "Luso", veículo submarino robotizado (ROV), capaz de recolher amostras e imagens até uma profundidade de seis mil metros. Tal capacidade de mergulho será aproveitada ao máximo quando a expedição rumar para os Açores.
A fase de exploração das Selvagens prolonga-se até ao próximo dia 28. Manuel Pinto de Abreu, que coordena a EMEPC, disse, ao JN, que, daquela zona, se sabe haver bastante biodiversidade e também "verdadeiros desertos". Os trabalhos vão também complementar dados recolhidos para a fundamentação da extensão da plataforma continental. O modelo geológico da zona ficará completo.
"Temos um conjunto de imagens de satélite e precisamos de verificar as coordenadas no local, para que tudo encaixe precisamente no sítio certo", explica Pinto de Abreu, para acrescentar que serão usados veículos autónomos submarinos (um dos quais da Faculdade de Engenharia do Porto) para recolher dados físicos da coluna de água, dados acústicos e imagens. Serão largados sistemas derivantes (drifters) para estudar as correntes. Algumas análises serão feitas de imediato, outras aguardarão laboratórios sofisticados.
Finda a missão nas Selvagens, ficará apenas o navio da Marinha "Gago Coutinho", que tomará, no início de Julho, o rumo do extremo Oeste da plataforma continental, muito além dos Açores. Aí a profundidade típica é de 3500 metros. O "Luso" irá espreitar também o que há quase um ano descobriu: o "ovo estrelado", misteriosa formação a 150 quilómetros de Ponta Delgada. Os cientistas da EMEPC estão ávidos por dados que permitam entender se essa cratera submarina com seis quilómetros de longo resultou do impacto de um meteorito ou é vulcão escondido pelas águas.

Jornal de Notícias - EDUARDA FERREIRA


publicado por Pedro Quartin Graça às 07:20 | link do post | comentar
Bem-vindo ao Blog “Ilhas Selvagens”! Este é um espaço dedicado à divulgação das Ilhas Selvagens, subarquipélago da Madeira, o extremo mais a sul do território nacional. Uma janela aberta ao mundo e um retrato da zona mais desconhecida de Portugal. Entre e explore as ilhas!

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