No caso das Selvagens, o pouco que nelas se vê e o nada que lá existe do ponto de vista infra-estrutural, não traduz o peso que têm.
Efectivamente são riquíssimas do ponto de vista dos recursos marinhos, são fundamentais para a extensão da Zona Económica Exclusiva nacional e representam, em si mesmas, um valor material em termos territoriais... e isso tem um valor inestimável do ponto de vista da soberania e da identidade de um país.
Esta é a análise do General Loureiro dos Santos (na foto*) que afirma que a expedição do GIRA vem lembrar aos mais esquecidos - leia-se, a maioria dos portugueses - que as Selvagens podem ser pequenas mas existem... e são parte integrante de Portugal.
http://radioselvagens.blogspot.com/2008/07/as-selvagens-e-soberania-nacional.html
*Loureiro dos Santos foi Ministro da Defesa Nacional nos IV e V Governos Constitucionais e antigo Comandante Chefe da Madeira
O mais recente projecto de Paulo Henrique Silva, ILHAS SELVAGENS 30¢ª 08’ N 15¢ª 54’ W, que deu origem a um CD áudio-multimédia (numa co-edição do Instituo Açoriano de Cultura, da Universidade da Madeira e d’Os Montanheiros) e a uma exposição de fotografia (produzida pela Direcção Regional de Cultura, no âmbito do Projecto Mediat), será apresentado, hoje, pelas 18h30, na Galeria do IAC.
A apresentação destes conteúdos culturais (CD áudio-multimédia e exposição de fotografia) será feita por Gonçalo Pereira, Director da National Geographic Portugal, que tem seguido os trabalhos de Paulo Henrique Silva na área do património cultural e natural e que, inclusivamente, participa com um texto da sua autoria tanto na edição multimédia como na exposição de fotografia.
O CD e a exposição ILHAS SELVAGENS 30¢ª 08’ N 15¢ª 54’ W de Paulo Henrique Silva resultam de uma solitária e prolongada estada do autor nestas ilhas para observação e registo da fauna e flora deste território de grande riqueza no contexto do Património Natural da Macaronésia e integra registos fotográficos, vídeo e áudio, para além de textos diversos.
Segundo o autor “este trabalho constitui uma ferramenta importante para o conhecimento, promoção ambiental e monitorização da vida selvagem terrestre dependente dos oceanos. A utilização dos meios tecnológicos actuais ao serviço da multimédia faz deste projecto um documento único e inédito sobre um pequeno grupo de ilhas perdido na imensidão do Atlântico, representando um alerta para a protecção e monitorização de lugares como este.”
Para Jorge A. Paulus Bruno, Presidente da Direcção do IAC, que desde logo apoiou o autor na realização deste projecto, “Paulo Henrique Silva tem desenvolvido projectos que têm merecido ao IAC a maior atenção, não só pela responsabilidade com que os realiza, como pela qualidade e interesse dos seus conteúdos e ainda dos temas que são abordados. Desta sua viagem resultaram um CD áudio-multimédia, nos Açores co-editado pelo IAC e pelos Montanheiros, e uma exposição de fotografia da responsabilidade da Direcção Regional da Cultura (Projecto Mediat), que o IAC tem agora a grata oportunidade de apresentar conjuntamente na sua Galeria.”
Paulo Henrique Gomes da Silva nasceu na ilha Terceira, Açores, em 1971.Iniciou a sua actividade profissional como técnico de som em 1987 no Rádio Clube de Angra, e está desde 1988 ao serviço da Antena 1 Açores nos estúdios em Angra do Heroísmo. Desde 2001 tem vindo a dedicar grande parte do seu tempo à pesquisa e recolha das tradições orais dos Açores. Algumas das suas recolhas foram utilizadas por grupos musicais nacionais e estrangeiros.
Foi responsável pelas gravações do CD À Viola, editado em memória de José Luís Lourenço, e pelos trabalhos de digitalização e restauro de som do CD José da Lata - O Pastor do Verbo, editado pela Direcção Regional da Cultura. É autor do duplo CD Tradições Orais – Corvo, São Jorge e Terceira, editado pelo IAC-Instituto Açoriano de Cultura. Gravou e ilustrou com som de ambientes naturais dos Açores o CD Horizontes da Tranquilidade, da poetisa da Póvoa do Varzim, Benedita Stingl.
Foi responsável pela criação do Ecomuseu-Núcleo Museológico dos Altares, sendo autor da exposição fotográfica permanente e dos documentários em vídeo sobre aquela freguesia rural da ilha Terceira. Foi convidado a participar, com imagens sobre a flora endémica dos Açores e em parceria com Paulo Barcelos e Victor Hugo Forjaz, no Atlas Básico dos Açores, editado pelo Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores.
É autor do livro de fotografia O Vulcão de Santa Barbara, editado pelo IAC-Instituto Açoriano de Cultura e pela Associação Os Montanheiros, bem como da Instalação de som e imagem intitulada A Madrugada das Cagarras, que incluiu a publicação de um CD áudio multimédia com edição do Museu de Angra do Heroísmo e da Ecoteca da Ilha Terceira.
Passou um mês nas Ilhas Selvagens, entre Maio e Junho de 2008, com objectivos conservacionistas e de promoção ambiental a registar a fauna e flora existente naquele sub-arquipélago.